(por Márcio)Hoje eu tive um almoço no Paço Alfândega e resolvi abrir mão das caronas ofertadas para voltar de ônibus. Eu não sabia exatamente onde eu pegaria um ônibus para casa, mas sabia que, na pior das hipóteses, chegando na Av. Conde da Boa Vista teria ônibus que me servisse, ainda que eu imaginava que conseguiria pegar um ônibus na Av. Guararapes.
Sair andando do Paço Alfândega em direção à Av. Conde da Boa Vista é uma caminhada agradável e bonita. Depois que eu atravessei a Rua do Imperador, passei a seguir pela calçada da direita, na esperança de ver alguma parada de ônibus que me servisse (podia ser San Martin ou Totó - Abdias de Carvalho ou Mustardinha ou Mangueira, que eu me lembrasse).
Até chegar ao cruzamento da Av. Guararapes com a Av. Dantas Barreto, não tinha nome das linhas em nenhuma parada. A partir daí, havia algumas paradas com nomes, mas sempre de apenas uma linha. Resolvi continuar sem perguntar nada a ninguém e cheguei até a Av. Conde da Boa Vista, depois de 15 minutos de ter saído do Paço Alfândega (ainda teve uma pequena parada num camelô, para comprar uma fita de pescoço porta celular/pen-drive).
Assim que cheguei na Av. Conde da Boa Vista, na parada A1, vi que passavam três linhas de ônibus: San Martin (Abdias de Carvalho), Jardim São Paulo (Abdias de Carvalho) e Jardim São Paulo (Piracicaba). Bom, eu sabia que o San Martin me serviria e imaginei que o Jardim São Paulo (Abdias de Carvalho) também serviria. Fiquei nessa parada, mesmo.
Não demorou muito (dois ou três minutos) e passou o Jardim São Paulo (Abdias de Carvalho). Não tive dúvidas: embarquei.
O ônibus não estava cheio, mas não havia mais lugares sentados (fora eu, só tinha mais duas pessoas em pé). Tudo bem, pela primeira vez no ano eu estava pegando um ônibus sem lugar para ir sentado, mas isso não era um grande problema, já que o ônibus não estava lotado.
O rádio (ah, esse rádio) estava ligado na Recife FM, tocando um pagode, mas pelo menos a música(?) não estava alta. A cada parada da Av. Conde da Boa Vista, mais gente entrava no ônibus e ninguém descia. Quando chegamos na Praça do Derby, o ônibus ficou cheio - mas não superlotado.
Como eu esperava, o ônibus pegou a Ponte da Capunga, Rua José Osório, depois entrou na Real da Torre, cruzou a Av. Caxangá e assim que passamos a primeira parada da Rua João Ivo da Silva (a continuação da Real da Torre), pedi parada.
Para minha surpresa, em vez de continuar em frente, em direção a Av. Abdias de Carvalho, o ônibus entrou a esquerda na Rua Ricardo Salazar e lá abriu as portas e parou. Bom, desci do ônibus, com uma sensação de que estava descendo na parada errada, já que o ônibus iria dobrar a esquerda na Av. Carlos Gomes.
Felizmente que eu desci no ônibus, essa realmente era a parada mais perto do meu destino, pois logo depois de entrar na Av. Carlos Gomes, o ônibus entrou na Rua da Lama (nome oficial: Rua Gomes Taborda).
Como assim? O ônibus se chama Abdias de Carvalho mas não passa pela Abdias de Carvalho.
Calma, você pode me dizer: o Dois Irmãos (Rui Barbosa) só passa na Av. Rui Barbosa no sentido subúrbio-cidade. Indo para Dois Irmãos, ele vai pela Av. Rosa e Silva. É verdade, mas...
Em primeiro lugar, a Av. Abdias de Carvalho é mão dupla, logo se um ônibus vai por ela, ele deve voltar por ela. E pior, quando eu estava passando na frente da Rua da Lama, lá vem um Jardim São Paulo (Abdias de Carvalho) indo para o centro. E o que ele fez? dobrou na Av. Carlos Gomes na direção da Av. Caxangá (ou seja, se afastando da Av. Abdias de Carvalho).
Ou seja, o ônibus Jardim São Paulo (Abdias de Carvalho) não passa na Av. Abdias de Carvalho. Assim é para enlouquecer qualquer um.