(por Cláudia)
Enquanto esperava o Mustardinha, tive a oportunidade de exercitar meu autocontrole e fazer um teste cardíaco (situações como esta me levam a crer que meu coração é muito bom).
Estava eu na parada, esperando o Mustardinha, sem nenhum estresse, olhando aquele monte de carros apinhados, buzinando e soltando fumaça, quando de repente um plástico passa a meu lado num voo rasante. Eu pensei: "cidade imunda... basta ventar que o lixo voa". Daqui a pouco, outro plástico voador me fez perceber que a origem do lixo era um sujeito que estava na calçada, a poucos metros de mim. Respirei fundo e mantive a calma pra tentar não fazer confusão.
Daqui a pouco o terceiro plástico, que embrulhava alguma coisa que o tal indivíduo estava comendo, veio bem na minha cara. Não sei como ainda consegui me controlar (já estava com raiva de mim mesma). No quarto plástico, eu fui lá (não sei onde arrumei forças para ainda falar com alguma polidez):
- Por favor, senhor, não jogue lixo na rua. A cidade é feia, suja e fedorenta por causa de gente como o senhor. E mais: o terceiro plástico que o senhor jogou bateu bem na minha cara.
Ele, sem nenhum constrangimento, murmurou qualquer coisa que entendi como um grunhido de desculpas e se afastou para pegar o ônibus (fora da parada). Pois não é que ele jogou no chão um quinto pedaço de plástico antes de entrar no ônibus? O que se faz com um sujeito desse??
Detalhe: eu peguei o mesmo ônibus que a criatura (só que eu aguardei na parada) e, já com os batimentos cardíacos em disparada, tive que me controlar pra não falar mais nada.
Enquanto esperava o Mustardinha, tive a oportunidade de exercitar meu autocontrole e fazer um teste cardíaco (situações como esta me levam a crer que meu coração é muito bom).
Estava eu na parada, esperando o Mustardinha, sem nenhum estresse, olhando aquele monte de carros apinhados, buzinando e soltando fumaça, quando de repente um plástico passa a meu lado num voo rasante. Eu pensei: "cidade imunda... basta ventar que o lixo voa". Daqui a pouco, outro plástico voador me fez perceber que a origem do lixo era um sujeito que estava na calçada, a poucos metros de mim. Respirei fundo e mantive a calma pra tentar não fazer confusão.
Daqui a pouco o terceiro plástico, que embrulhava alguma coisa que o tal indivíduo estava comendo, veio bem na minha cara. Não sei como ainda consegui me controlar (já estava com raiva de mim mesma). No quarto plástico, eu fui lá (não sei onde arrumei forças para ainda falar com alguma polidez):
- Por favor, senhor, não jogue lixo na rua. A cidade é feia, suja e fedorenta por causa de gente como o senhor. E mais: o terceiro plástico que o senhor jogou bateu bem na minha cara.
Ele, sem nenhum constrangimento, murmurou qualquer coisa que entendi como um grunhido de desculpas e se afastou para pegar o ônibus (fora da parada). Pois não é que ele jogou no chão um quinto pedaço de plástico antes de entrar no ônibus? O que se faz com um sujeito desse??
Detalhe: eu peguei o mesmo ônibus que a criatura (só que eu aguardei na parada) e, já com os batimentos cardíacos em disparada, tive que me controlar pra não falar mais nada.